Wednesday, May 23, 2007

Republika - 7 de Junho, na Pista 3

A próxima edição da Republika já está marcada. Será no dia 7 de Junho, na Pista 3 (23 hrs) - quinta-feira, feriado de Corpus Christi. Um tributo a Boris Yeltsin! Para repetir a dose! Seja ela qual for!

O esquema da festa é o já conhecido: muito Rock, campeonatos de Mario Kart, Twister, carteado e arte soviética. Rock & Fun!

Repetiremos a votação de uma banda para um set especial de meia hora! Após a acirrada disputa entre Ravonettes e Belle & Sebastian, as opções agora serão: Beach Boys, Black Rebel Motorcycle Club, Yeah Yeah Yeahs e Flaming Lips. Difícil escolha. Em breve abriremos a votação em tópico na nossa comunidade do orkut (link ao lado)!!!

O preço da entrada será de 15 reais! Para os que deixarem nome e sobrenome na comunidade do orkut ou levarem o flyer, o preço será de 12 reais até 00:30h!!!Lembrando que os 50 primeiros ganham a coletânea Republika vol.2!

Faremos também uma promoção especial para os que forem ao Show dos Los hermanos. A noite toda, preço de 5 reais para os que apresentarem na entrada ingresso do show do dia 7 de junho.

Esperamos todos lá!

Monday, May 14, 2007

Resenhas em Dose Dupla (continuação)

The Broken West – I Can’t Go On, I’ll Go On (Merge Records)
por Lobo

Pelo bom restrospecto de lançamentos deste selo de Carolina do Norte, a estréia do Broken West já aparentava uma vitória antecipada.


Depois do excelente EP de estréia, “The Dutchman’s Gold” (com o antigo nome de Brokedown), esta banda de Los Angeles tem seu primeiro CD lançado mesclando Chamber, Brit-Pop(?), boas harmonias e vocais. Tudo muito californiano, até pelo nome dos integrantes: Ross, Dan, Rob e Brian.

A patada que abre o CD chama On The Bubble. Uma guitarra solando um riff agudo, alto. A segunda acompanhando as evoluções da bateria chega a confundir, a acreditar que existem mais instrumentos pela complexidade, mas são só eles, simples. São 15 segundos iniciais que ficam o dia inteiro no cabeça e quando você menos espera esta melodia está lá martelando de volta. A música segue, as camadas de vozes se sobrepõem no fim do riff inicial, dando fôlego para o ouvinte continuar a audição sem enlouquecer. A Voz rouca do Ross acompanha o CD para So It Goes, a segunda faixa do CD. Algo sessentista extremamente moderno, melódico ligado no máximo.

O grande destaque fica na quarta faixa, Shiftee. Um início calmo com violão que cresce aos poucos, com muito fermento até explodir no refrão. Não, não é nada grunge ou Chorus-Verse-Chorus, é melhor. Não consigo fazer outra coisa quando escuto esta música a não ser prestar atenção no seu andamento até o refrão, é incrível. Uma grande música de um ótimo CD, de fato, ainda muito pouco ouvido por aqui.

Referências? Sim, posso citar algumas. Um Teenage de Los Angeles com Wilco fora do deserto vivendo no meio do trânsito, ah sim, ouvindo muita música de antigamente. Pernice Brothers e Big Star também passaram pela casa dos jovens certamente.

O interessante é saber por quais rumos a banda vai trilhar no futuro, tomara que não sejam previsíveis com aparentam, apesar de muito talento.

Monday, May 07, 2007

Primeiro vai o jabá – dia 17/05 no Casarão Cultural, stereO!
Festa de lançamento do EP da banda Hereges. Os meus barulhos tradicionais junto com o Fabio Costello e a Joakina, figurinha fácil de Matriz e Cia.

Agora a brincadeira da vez: Escrever resenhas e em dose dupla.

Eu nunca vi ninguém escrever resenhas de um cd que não seja lançamento, ainda mais quando a banda já tem material novo lançado. Loucura minha ou não, Viva Voce é a banda escolhida. Pois é, eles não falam português, o nome da banda é uma referência em italiano e pra terminar, eles são de Portland.

Este duo-casados formado pela guitarrista, baixista, cantora, faz de tudo um pouco Anita Robinson e o Baterista Kevin Robinson já tem um bom material gravado. 4 cds e o último é de 2006, “Get Your Blood Sucked”. É sensacional, mas não tão sensacional quanto o “The Heat Can Melt Your Brain” de 2004.

E a pergunta – Vale escrever sobre um cd de 2004? Claro que vale! Eu não consigo achar nada mais do que uns raros vídeos no youtube e uma material muito rarefeito na internet. Eu já lotei a paciência dos meus amigos para ouvirem o som da banda e sinceramente foram muito receptivos. Como possivelmente ninguém conhece, a resenha é essencial!

A faixa de abertura “Alive with Pleasure” tem um clipe muito bacana disponível no you tube. Pasmem, virou toque de celular da Motorola, mas acho que ninguém reparou nisso. Na abertura já vemos a presença de um vocal adocicado, pop muito competente. Uma guitarra tão segura e tão bem gravada que eu estou aqui há uns dois minutos pensando numa referência e a melhor coisa que consigo escrever é – Isso parece com alguma coisa que você já ouviu antes mas não sei o que é. Para melhorar os solos impressionam, estamos diante de uma guitarrista de mão cheia com grande técnica. Referências psicodélicas da década de 60 e 70 no meio de uma melodia Indie Pop muito bem definida fizeram um casamento primoroso.

O cd segue com muitos pan-pan-pans e vocalizações muito bem encaixadas. Algumas experimentações como um toque de telefone em “High Highs”, mas a temperatura sobe mesmo em “Daylight” e “Center of the Universe”. As melhores da banda na minha opinião. A segunda liderada pelos vocais do nosso amigo Kevin numa bela melodia e uma letra um tanto quanto introspectiva, muito bem conduzida pela guitarra da sua esposa.

A última faixa do cd encerra os trabalhos da banda em grande estilo, deixando aquela sensação de que se está ouvindo um grande cd. “They Never Really Wake Up” possui uma introdução de quase 2 minutos em um instrumental no melhor estilo Yo La Tengo para então a bela voz da bela (porém casada) Anita nos levar por sua bela melodia. Não é música de pista mas sim de se ouvir o tempo inteiro no mp3 fazendo... hum, qualquer coisa. Há quem diga que certos pratos combinam com bons vinhos. Boas músicas combinam com certas ocasiões. Esta em todos. Seus longos minutos não demoram a passar e a melhor saída de fato, é o repeat.

Os trabalhos anteriores da banda são um pouco perdidos. O primeiro “Hooray for Now” chega perto de um Pos-Grunge e o segundo “Lovers, Lead the Way!” algo pop sem sentido.
O segundo melhor trabalho da banda realmente é o “Get Yr. Blood Sucked”. Ótimas músicas como Believer, From the Devil Himself (com um ótimo clipe) e Faster Than a Dead Horse (um ótimo nome e algumas execuções em rádios universitárias americanas). Não sei, mas este último cd foi como rever uma antiga paixão enquanto que toda a volúpia ficou ali no passado de 2004, hahaha. A impressão que dá é que eles estão extremamente azedos pela pouca repercussão do trabalho depois de uma década de música.

Para os sortudos eles andam fazendo turnê com o The Shins e o Silversun Pickups. Para os interessados, eles participam da coletânea de covers “Bridging The Distance”, só com músicos de Portland. Enquanto o Decemberists fez cover de Fleetwood Mac, o Viva Voce fez um cover sensacional do The Alan Parson Project. Confira.
Finada a primeira resenha, no próximo post um lançamento de verdade:

The Broken West – I Can’t Go On, I’ll Go On
Merge Records
LOBO

Wednesday, May 02, 2007

Onde encontrar música boa?
DJ Lobo e um giro por alguns selos na busca por novos sons

Sim meu caro, eu também odeio toda essa onda de novo rock, new rave e outras coisas pseudo dançantes para festinhas de aniversário e alcoolismo de graça.

Ok, sim, é muito legal pular com os amigos, cantar aquele refrão junto com a massa, dizer que gosta daquela maravilhosa descoberta da NME para aquela garota que se amarra em Killers, que gostou do clipe novo do Snow Patrol... mas cá entre nós, isso alimenta mesmo a alma?

Como diria a galera do The Evens, Don’t be Shy, Don’t be Cool. Que tal ouvir umas músicas diferentes? Que tal assumir que tudo que o Lucio Ribeiro recomenda é patético e o hype é uma grande piada de péssimo gosto?

Como criticar é muito mais fácil do que sugerir, eu mesmo com toda a minha notável arrogância e, sobretudo, preguiça, vou dar uma cartilha de música boa contemporânea. Como? Muito fácil, vocês podem fazer o mesmo caminho e que tal um dia me sugerir umas coisas bacanas.

Eu poderia dizer para você ouvir diretamente o Labrador 100 e engolir o choro, mas até você se acostumar com nossos amigos suecos temos um caminho a percorrer. Prefiro percorrer às gravadoras que tem um ótimo histórico de música lançada.
Sim, as gravadoras - as mesmas que combatemos com a música independente e todo este blá blá blá - queiram ou não, fazem um excelente trabalho! Defendo fielmente o trabalho destas gravadoras, sugando ou não seus artistas, que fazem música extraordinária.

Primeiro, que tal passear pela Carolina do Norte e admirar o trabalho da Merge Records?
Sim, eles trabalham com o Arcade Fire, Teenage Fan Club, Superchunk, o estridente And You Will Know Us By the Trail of The Dead, o Lo-Fi do Low Barlow, o sotaque estranho da Camera Obscura, Dinosaur Jr., folk pop com a galera do Essex Green... é uma ótima para chegar no conhecido do desconhecido. Ainda tem por lá Magnetic Fields, Lambchop, Porstatic, Seaweed, diversão não falta.

Um selo menor e muito inspirado que recomendo também o Arts & Crafts. Lançar os trabalhos do Broken Social Scene, Feist, Stars significa que tem gente muito competente trabalhando e produzindo por lá. Jason Collet, Apostle of Hustle, Phoenix, New Buffalo (lá nos aussie eles respondem pelo Dot Dash) são os queridinhos do grupo. Eu mesmo gosto mais do American Analog Set que mesmo soando repetitivo, não me canso, é excelente. Dica de lançamento que ainda estou depurando por lá: Young Galaxy.

Pois é, se percebeu estamos mais ou menos com um pé no Canadá. Aproveitando a ida por estas terras é sempre bom apresentar a Constellation Records, ali em Quebec. Se Post-Rock é um problema para você, para eles não são definitivamente. Destaques: Godspeed you! Black Emperror, A Silver at Mt. Zion, Do Make Say Think, Fly Pan Am. Isso pra mim diz tudo.

Sentiu falta do Mogwai nesta lista? Eu respondo que: 1. Eles não são canadenses, 2. Eles são da Matador. Mainstream do Alternativo, chegamos nele. Cat Power, Belle & Sebastian, Stephen Malkmus, New Pornographers, Yo La Tengo, Arab Strap, Interpol, Modest Mouse, Pavement, Robert Pollard, Pastels… Precisa falar mais? Eu tenho umas ressalvas neste selo, nem sempre é tão bom assim, arriscam, às vezes, desnecessariamente.

Sente falta da tão famosa Sub-Pop? Pois é, eu também. Nossos amigos de Olympia andaram patinando durante algum tempo, principalmente quando se interessaram pelo dinheiro fácil e principalmente pelo Hype. Quem diria que o tal do “Cansei de Baranga Sexy” ia ser prensado um dia pelo tão aclamado selo? Bruce Pavitt pode ter caído no meu conceito, mas sou eternamente grato por ter gravado com Sonic Youth, Steve Albini, Tad, Nirvana, Mudhoney, Soundgarden, Green River, Screaming Trees, Afghan Wigs. Se você ouvia música na década de 90, você deve ter ouvido falar de alguma coisa deles.

Ultimamente eu tenho poucos destaques deles. The Shins, Postal Service, Oxford Colapse, Band of Horses… Algo mais? Sim, Bonde do Role. Uma faca por favor?

Se quiser ir mais a fundo temos a Labrador. O mais puro pop sueco moderno. Na minha opinião tem lançado o melhor material dos últimos anos. Parece muito com se fosse um mundo paralelo que te dá um tapa na cara de tanto material e informação que te faz pensar – COMO EU NÃO CONHECIA? Pois é, não dá pra fazer tudo ao mesmo tempo, mas se você tiver como, ouça algo do Acid House Kings, Club 8, Leslies, The Radio Dept., Sambassadeur, South Ambulance, Ronderlin, Suburban Kids with Biblical Names, Loveninjas. De fato, muitas destas músicas são realmente difíceis de achar, mas vale a dica.

Eu poderia ficar dias aqui escrevendo sobre isso (coisa que eu nem gosto de fazer) mas eu tenho que deixar algo para vocês me ajudarem, certo? Que tal uma visita ao Saddle Crack do Azure Ray, Maria Taylor, Bright Eyes.

Deixar de falar da Midsummer Madness que lança material de qualidade por aqui em terras cariocas seria um sacrilégio. Valv, Pelvs, Sleepwalkers, Casino, Cigarettes, Cigarettes e Cigarettes. Não consigo parar de escrever pois ainda falta o Secretly Canadian, Licking Finckers, High Point Low Life, Memphis Industries, Kill Rock Star, Minty Fresh, 4AD, Sarah Records... é melhor parar, não? Mesmo a mainstream Capitol merece destaque com os pequenos Radiohead, Decemberists...

Quem sabe um dia eu escrevo sobre os que não tem gravadora nenhuma, os chamados indies. (rá!)

Lobo